Conto Sinistro 07: Noite sem lua

Saudações Sinistros... 
Hoje, mais um conto para vocês!
Apaguem as luzes, peguem suas cobertas e travesseiros, acomodem-se, pois, o conto já vai começar!



Meu nome é Beatriz, e hoje vou lhes contar algo inexplicável que aconteceu comigo a mais ou menos um ano e meio. Eu estava muito estressada por causa do trabalho, então eu e meu amigo Lucas resolvemos passar uma noite em uma lagoa do outro lado da cidade.

Estávamos super ansiosos para que chegasse logo o sábado! Eu já tinha verificado a mala umas cinco vezes! Contei para minha irmã Bárbara que mora comigo.

– Gostaria de ir com a gente?

ndash; Aquele lugar não me parece bom… Sinto algo muito ruim toda vez que passo perto – Falou olhando dentro dos meus olhos.
-Tudo bem, não precisa inventar coisas se não quer ir.

E finalmente chegou o sábado.

ndash; Sua irmã não quis vir, não é?
-Ela tem agido estranho desde que a chamei. Fica me olhando, eu pergunto o que foi e ela, não diz nada.

ndash; É estranho mesmo.

A Lagoa não é tão longe da minha casa. Em meia hora chegamos. Era uma lagoa bem grande, com várias montanhas e água clarinha, tudo cercado por muitas árvores. Iria escurecer logo, então fomos direto para a casa emprestada do tio do Lucas.

Fiz macarrão instantâneo e comemos, depois de conversar um pouco acabei deixando o Lucas falando sozinho, pois acabei pegando no sono. Acordei com ele me olhando e com uma mão apertando meu seio por baixo da minha blusa.

– O que está fazendo?! Está louco?!!

ndash; Não tem ninguém aqui. Eu gosto de você há tanto tempo… Seus olhos sempre me encantaram, mesmo quando demonstram medo. Você sempre soube que te amo, mas nunca disse nada. Fingiu sentir nada. Estou cansado de esperar!

Eu não consegui fugir e nem fazer nada. Como a gente pode se enganar com as pessoas. Pelo menos não foi tão bruto… Depois de se saciar, ele acabou dormindo.
Aproveitei para fugir.

Ainda estava bem escuro, acho que era umas 3 horas da manhã. Fui direto para o carro. Ele parecia estranho… Velho, enferrujado… e não ligou por nada. Então, tomei uma decisão que parecia a certa naquele momento, mas com certeza foi a pior coisa que poderia ter feito, sair andando. Não dava pra ver a estrada.

Andei por meia hora, conhecia aquele lugar como a palma da minha mão. Tudo estava mais sombrio, eu não reconhecia aquelas árvores, aquelas pedras, nada. A esta altura estava morrendo de medo do Lucas ter acordado.

Comecei a sentir a sensação de estar sendo perseguida, observada.O lençol sobre meu corpo me atrapalhava a correr. Tudo ficava mais frio a cada minuto. Sombras estranhas no chão. Passos, cochichos, sons realmente estranhos…

Eu já estava apavorada! Meu celular tocou e eu quase gritei. Era a minha irmã. Atendi e não dava para entender nada! Parecia que muitas pessoas estavam sentindo dor, eu não reconheci a voz dela. Eram gritos de medo, de pavor, parecia que tinha alguém arrancando pedaços deles. Desliguei apavorada.

ndash; Meu Deus, o que está acontecendo? Disse baixinho chorando.

De repente senti uma respiração muito quente no meu pescoço. Olhei para minha frente e uma névoa muito estranha nos rodeava, mal dava para ver a vegetação densa. Senti a quentura da pele da coisa encostar ao pé do meu ouvido. Eu estava morrendo de medo que fosse o Lucas, mas a essa altura, já estava desejando que fosse ele.

Sai correndo como um corredor de maratona. Acho que nunca corri tão rápido na minha vida. Olhei para o chão e vi a sombra da criatura atrás de mim… Era muito grande, era forte, acho que tinha garras… Não sei o que era, fazia um som aterrorizante, eu nunca ouvi aquele som antes!

A criatura conseguiu me alcançar, estava realmente perto! Foi quando senti algo em minhas costas, parecia uma agulha bem grossa que furava minha pele e pareciam várias mordidinhas, meu sangue quente começou a escorrer.

Não estava aguentando mais correr, e as mordidinhas doíam muito! Deparei-me com uma pequena queda d’água e não consegui parar ou mudar de direção a tempo.. Cai na água e bati a cabeça enquanto a força da água me levava… Acordei na beira do rio, com uma senhora me tirando da água. Já era de manhã.

Levaram-me para o hospital. Minha irmã foi lá me ver, parecia bem preocupada, porém, aliviada.
Contei toda a história para ela. Ela disse que o Lucas depois de abusar de mim, me jogou no rio. E depois ligou para policia para que viessem prendê-lo. Ele foi encontrado morto na casinha do lago com pequenas marcas pelo corpo todo, muito sangue e também pegadas de uma criatura desconhecida. Na mão dele tinha uma foto sua com marcas também.

– As marcas encontradas nele eram iguais a essa?
Levantei minha roupa e mostrei.

ndash; Não tem nenhuma marca Bia – Fiquei mais confusa ainda.

ndash; Bárbara, você me ligou em algum momento?

ndash; Não. Recebi uma ligação sua com vozes que pereciam de pessoas sendo torturadas… Um pouco antes de te acharem – Disse olhando e chorando.

Nunca mais voltei àquela lagoa. Às vezes, em noites sem lua como aquela, sinto que algo está me observando, as mordidinhas doem e sinto uma respiração quente atrás de mim…



Conto por: Suzane Neka



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